Goetia (Latim da Idade Média), do Grego γοητεία (goēteia - "feitiçaria"). Refere-se à prática de Invocação de Anjos ou a Evocação de Demônios descritos no grimório do séc. 17, The Lesser Key of Solomon (A Chave Menor de Salomão) que retrata a Ars Goetia em sua primeira seção. O texto que se segue refere-se a algum espírito ou elemento deste sistema de magia, no entanto, é altamente recomendável que iniciantes leiam o artigo raiz, onde a definição de Goetia pode ser encontrada.
A Goécia ou Ars Goetia (latim, provavelmente: "A Arte de Uivar"), geralmente chamado simplesmente de Goetia, é a primeira parte do grimório "Lemegeton Clavicula Salomonis", do século XVII, ou As Clavículas de Salomão. A maior parte do texto apareceu antes, alguns textos datam do século XIV ou antes.
O Sistema
A Goetia basicamente trata-se de um sistema de evocação multipropósital. O livro é dividido em três partes, a saber:
- A descrição dos 72 Espíritos e seus respectivos selos,
- uma descrição dos principais materiais usados na Evocação e por fim...
- as conjurações a serem usadas para chamar-se o espírito.
Para maior entendimento do sistema, darei aqui um breve resumo de seu funcionamento.
Primeiros Passos
A primeira coisa a se fazer é escolher com qual espírito irá se trabalhar. Este momento é de suma importância e dele dependerá o sucesso ou não da evocação – uma forte motivação e um grande envolvimento emocional são de grande ajuda neste momento. Para uma escolha sensata, o melhor a se fazer é ler a descrição de cada um dos 72 espíritos para encontrar o que melhor se encaixa (em personalidade e poder) com suas necessidades.
O sistema de evocação em si não guarda grandes segredos. Seus elementos poderiam ser reduzidos a um mínimo composto por:
- Baqueta – Ferramenta da vontade manifesta do magista
- Círculo – Onde ficará o adepto protegido de qualquer influência externa.
- Triângulo – É o local destinado a manifestação do espírito invocado, que lá estará contido e sob as ordens do mago.
- Selo do Espírito – Cada um dos 72 espíritos possui seu próprio selo, que será disposto no triângulo para a conjuração.
- Hexagrama de Salomão e Pentagrama de Salomão – Usados na proteção do mago.
- Disco de Salomão - Usado em casos de emergência.
Segunda Parte
A segunda parte do livro contém descrições mais detalhadas sobre cada uma destas ferramentas, bem como a de acessórios opcionais que em sua maioria trarão maior eficiência ao rito.
Inicia-se então os preparativos para a evocação. Certifique-se de que não será interrompido, tire o telefone do gancho, desligar a campainha. . Comece colocando o Selo do espírito no triângulo e entrando no círculo. O próximo passo é a realização de um ritual de banimento (como o Ritual Menor do Pentagrama) seguido da Conjuração Preliminar do Inascido.
Chega-se a hora das Conjurações, começando pela Conjuração Preliminar do Não-Nascido. O uso das invocações tais como seguem na terceira parte do livro é geralmente usada simplesmente pela força que causa na psique do mago e pelo seu sucesso já provado em diversas ocasiões. No entanto, mais importante do que seguir um roteiro é envolver-se mental e emocionalmente com o texto.
Algumas pessoas gostam de reescrever as conjurações de modo a torná-las mais pessoais.
As Conjurações devem ser feitas até que se sinta a presença do espírito invocado, isto pode ser notado por uma sensação visual do quarto encher-se de neblina, queda súbita de temperatura, sensação de formigamento no corpo, simples premonição, etc...
Com a chegada do espírito às ordens podem ser então dadas à eles. Se for de seu desejo ver o espírito, na maioria das vezes terá que ordenar que ele apareça.
Quando digo “ver” quero dizer as diversas formas de manifestação sensória de um espírito: ele pode realmente se tornar visível, pode tremular em uma imagem, surgir e desaparecer como um vulto na área do triângulo, pode manifestar-se psiquicamente, aparecendo com detalhes na “tela mental”, entre outros...
Os comandos para o espírito conjurado devem ser obrigatoriamente expressos nas próprias palavras do adepto. As ordens ao espírito deveriam ser claras, e talvez algumas restrições deveriam ser impostas, como não ferir amigos e familiares, e quem sabe um prazo para que seus pedidos sejam compridos.
Existem duas formas basicamente de se barganhar com um espírito de Goétia. Pedindo, ameaçando-o ou recompensando-o. Na maioria das vezes o espírito pode aceitar ou negar um pedido seu e não exigir nada em troca. Alguns deles no entanto parecem ter uma certa tendência para a negociação. Se for necessário ameaçasse um espírito dizendo que seu selo será destruído.
Recompensa-os com a criação de uma nova cópia do sigilo (seja ela um trabalho artístico, um grafite ou o que quer que seja.), embora em casos mais complicados sacrifícios mais ousados sejam pedidos. Será comum você “ouvir” o espírito lhe oferecer mais do que você realmente pediu tentando persuadi-lo a desejar outras coisas. Permaneça firme em sua vontade inicial ou acabará fechando contratos dos quais vai se arrepender depois. Na negociação não é necessário ser estúpido como os magos medievais, muitos dos espíritos são razoáveis e amigáveis, seja flexível, mas mantenha-se sempre no controle.
Feito isso pode se dar a licença para o espírito partir. Use a versão fornecida pelo livro ou reescreva-a em uma forma mais pessoal. A licença deverá ser declarada até não se sentir mais a presença do espírito. Finalmente execute novamente o ritual de banimento. Recolha todos os acessórios e o selo que agora está “ativado”, deverá ser guardado em um lugar seguro, longe de mãos e olhos profanos.
Agora simplesmente aguarde o espírito cumprir sua missão. Durante este período esteja pronto para manifestações como o aparecimento dos espíritos em sonhos, a visão de vultos, ouvir o seu próprio nome falado alto em uma hora perdida do dia, sensações de arrepio e formigamento e inclusive a sensação do toque além de casos raros de poltergaist.
O sucesso é uma pratica freqüente neste sistema, mas em caso de falha temos duas alternativas. Podemos simplesmente esquecer o ocorrido e continuar nossas vidas, ou podemos dar um ultimato ao espírito. Para isso conjure o espírito mais uma vez e ordene que complete sua missão em um numero certo de dias sob a pena de ter seu selo torturado e/ou destruído. Na maioria das vezes isso bastará para fazer-lo cumprir seu dever. Esta é a base da prática Goética. O sistema se revelará especialmente eficiente para aqueles que buscam poder, hedonismo e prazeres materiais. Na verdade as consequências podem ser similares a que se tem com o jogo ou com certas drogas no tocante de que tenderá cada vez com mais frequências buscar poder e prazer com os espíritos. Se você acredita que corre o risco de perder o controle com a sensação de poder, este sistema não é para você.
Demônios Goéticos
Os Demônios Goéticos são os 72 espíritos apontados nos três versículos do Pentateuco, ou seja os cinco primeiros livros da Bíblia Sagrado (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
Estes são espíritos Goéticos, de uma outra ordem; são entidades muitíssimo primitivas, e que foram adoradas durante os primórdios da humanidade. São deuses esquecidos que se tornaram demônios após a influencia cristã, mas isto é uma hipótese, a experiência demonstrará a verdade. Coincidentemente 72 pode ser o resultado da soma 66+6.
De qualquer forma estes são os 72 reis e príncipes poderosos que, conforme conta o mito, o Rei Shlomo (Rei Salomão) encerrou em uma arca do bronze junto com suas respectivas legiões. Dentre eles BELIAL, BILETH, ASMODAY e GAAPeram os principais. Devemos notar que Shlomo parace ter feito isso por puro orgulho, uma vez que nunca declarou as razões de ser impelido a agir assim.
Sendo que estes quatro grandes reis são geralmente chamados de Oriens, ou Uriens, Paymon ou Paymonia, Ariton ou Egyn e Amaymon ou Amaimon. Pelos rabinos são conhecidos sob os nomes de: Samael, Azazel, Azael e Mahazael.
Tendo-os aprisionado selou a sua Arca, que através da potencia divina foi encerrada numa gruta ou poço na antiga Babilônia. Passado algum tempo alguns babilônicos desavisados encontraram a Arca e quiseram abrí-la, imaginando que esta estivesse repleta de tesouros. Quando conseguiram os espíritos principais imediatamente fugiram com suas respectivas legiões, exceto BELIAL, que entrou em uma imagem e proferiu oráculos, sendo a partir de então adorado com ritos e sacrifícios sangrentos, como uma divindade.
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